domingo, 13 de setembro de 2009

Por que parou, parou por quê?

É pessoas (isso é, se ainda houver alguém acompanhando esse blog)... muitas reviravoltas aconteceram na minha vida desde nossa última postagem. Não, não ganhei na Loteria, nem tampouco fui abduzido por alienígenas ou partido por uma viagem introspectiva por algum desses caminhos místico-comerciais que temos por aí. Nada disso caro leitor. Este longo silêncio é fruto de um fato muito mais relevante e transformador para mim: o nascimento do meu filho.

Na verdade, eu já havia me ausentado um tanto antes, em decorrência dos cuidados com minha esposa que entrava nos finalmentes gestacionais. Creio que somente quem seja pai (mãe também vale) possa compreender o significado disso e da revolução que um filho traz para sua vida. E quando finalmente você o toma em seus braços, a vida passa a ser vista por um outro prisma. Desde então tenho refletido muito a respeito da validade de todas as coisas nas quais estou envolvido. Junte-se a isso outras "n" situações envolvendo o próprio Alegr'Art e seus componentes. Filosófico demais, não é?

Em suma, as postagens estarão suspensas por tempo indeterminado, primeiro devido aos cuidados necessários que devo dedicar à minha família e segundo, por conta de definições que o próprio Alegr'Art precisa dar com relação ao seu propósito e futuro.

"Mirácula" continua a caminho. Continuo a organizar e formatar as idéias, e aos poucos a história vem tomando forma. A Deus o futuro pertence e só Ele pode determinar o desfecho dessa história. Espero voltar em breve.

Fiquem com Deus!

Thiago Lim@

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Fermentando a massa - Parte 1

Extra! Extra! Finalmente aconteceu o "tão adiado" primeiro encontro! Pois é amigo leitor, demorou (e como) mas chegou, e por sinal foi um começo muito bom, onde muitos "porquês" foram explicados e tantos outros foram suscitados. Mas ainda é só o começo! Desde do dia 25 de Abril, nosso enxuto elenco já tinha em mãos uma coletânea das primeiras idéias (história, roteiro, personagens e algumas cenas) de "Mirácula", e foi a partir desse material que começamos oficialmente nosso processo de construção. Mas muita calma! Não pretendo explicar tudo nesse post, mas sim dividir os assuntos desse nosso encontro em várias partes (talvez três ou quatro), sendo que tratarei da primeira agora e das demais nos próximos posts...

Praticamente todas as peças da Cia. Teatral Sal da Terra foram escritas por um único autor. Não havia por parte dos atores um envolvimento mais profundo com os meandros da história e cada um dos seus "por quês". Com isso o texto já chegava pronto ao elenco, que só tinha o trabalho de transformá-lo em realidade (e que trabalho!!!). Ao longo de cada montagem, esse texto ia sofrendo algumas modificações, seja pelo elenco ou pelo próprio autor, mas nada além disso. Em "Mirácula" decidimos fazer diferente e pela primeira vez, adotar um método colaborativo de construção da peça, "do texto ao palco" com diz o subtítulo desse blog. Ou seja, teremos ainda um único redator, mas o texto terá o envolvimento de todo o elenco, o qual contribuirá na criação dos personagens, das falas, conflitos, cenas e etc. Bem, é assim que eu espero...

Nosso encontrou começou com o alguns esclarecimentos da minha parte com relação ao material disponibilizado ao elenco. E aqui abro um parênteses:

(Apesar de ter dito anteriormente que adotaríamos um processo colaborativo, percebi que devido a pouca ou quase nenhuma experiência de nosso elenco em criar um texto teatral à partir do "nada", correríamos um sério de risco de "patinar" em nossa largada e não conseguir atingir o objetivo esperado no tempo esperado. Por isso, decidi dar uma "mãozinha" e preparar essa coletânea de idéias a respeito do que eu imagino que seja "Mirácula")

Basicamente este material era composto por todas as idéias que tive ao longo desses últimos meses a respeito de "Mirácula", as quais foram modificando-se conforme novas idéias surgiam. Acabei por chegar num roteiro preliminar, com pouquíssimos detalhes, mas que serviria para direcionar os rumos da trama. Além disso, decidi escrever TODAS as idéias (mesmo sabendo que muitas delas estavam meio que "perdidas" ou "sem ligação"), pois considerei importante que todo o elenco soubesse como tudo começou e que talvez pudessem dar nova utilidade ao que acabei "descartando". Uma vez fermentada a idéia, deixemos a mesma em descanso para no dia 23/05 começarmos a assá-la! Para deixar um gostinho de "quero mais" estréia hoje nosso Vídeo Minuto, que nada mais é do que um depoimento em vídeo de um integrante do elenco a respeito de algum aspecto dessa nossa montagem. Hoje com vocês, Márcia Gonçalves (uma das "veteranas" do Sal da Terra) que mais uma vez me concede a alegria de trabalhar ao seu lado numa montagem teatral.
Por hoje é só!

"Louvado seja Deus por TODAS as coisas"

Vídeo Minuto Nº01

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Escrevendo a quatro mãos

Por que achamos nosso texto melhor que do vizinho?

A primeira vez que tive essa sensação, foi há muitos anos atrás, em 2003, durante a primeira montagem da peça "O Ladrão Perdoado". Havíamos contratado um professor de teatro para que nos ensinasse técnicas teatrais através da montagem dessa peça. Tudo corria bem até que ele resolveu mexer no MEU texto! Pois é, foi assim mesmo que me senti naquele instante: ele estava destruindo a história, modificando coisas que ao meu ver estavam perfeitas! Ledo engano da minha parte. Encurtando: ele não mexeu em nada, acabamos por não terminar as aulas com ele e o texto (ah, o texto), sofreu várias revisões, ajustes e melhorias durante a montagem da peça (sob o crivo zeloso do autor, é claro)...

Mais uma vez me disponho a escrever "a quatro mãos". E dessa vez não serão mais quatro, mas vários e vários pares de mãos. Mais uma batalha homérica será travada com meu ego. Como ainda é difícil (pra mim em particular) ter aquele conjunto de idéias, cenas, conflitos e soluções dramatúrgicas que você julgava maravilhosas; serem destroçadas por alguns simples questionamentos. Ou ainda, ver a história seguir por um rumo que, ao meu ver, não seria o mais interessante...

Às quartas-feiras, estou participando da Oficina de Artes da IB Morumbi, fazendo o curso de interpretação com Rhode Mark. E justamente hoje começamos a trabalhar com a criação de cenas em DUPLAS! Já até sei o que você está pensando amigo leitor, e me antecipo na resposta: a sensação foi semelhante a da primeira, com a diferença de que hoje tenho muito mais maturidade para lidar com isso. Confesso que pra quem passou boa parte da vida escrevendo sozinho é algo um tanto difícil, uma experiência completamente nova. Dura, mas enriquecedora...

Enquanto não começamos os debates para a criação do texto de Mirácula, vou degustando essa nova experiência de escrever a várias mãos junto ao meu parceiro de oficina. Mas e o encontro do dia 25/04? Pois é, não deu certo de novo, mas o elenco já está com o roteiro preliminar e o resumo das idéias desenvolvidas até agora. Nova tentativa marcada para o dia 09/05, pela Graça de Deus!

Thiago Lim@

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Até que enfim!!!

Sinceramente: sabia que montar essa nova peça não seria tarefa fácil, mas não imaginava que a mesma seria TÃO difícil! Aqui estou eu de volta, após meses de inatividade. Muitas coisas me aconteceram desde o primeiro dia útil deste ano: perdi o emprego por conta da "bendita" crise, uma semana depois descobri que vou ser papai (minha esposa está indo para o quinto mês de gestação), passei por apertos financeiros e por fim, voltei a trabalhar há um mês e meio (pela Graça de Deus)... masssss como o assunto deste blog não é a minha vida pessoal, retomemos o foco!

Por conta de todas estas peripécias, acabei deixando este projeto em "stand-by" e consequentemente nosso blog ficou às moscas. Porém nos últimos seis meses, não deixei de concatenar idéias e mais idéias a respeito de "Mirácula", devidamente anotadas em meu caderno e na minha agenda... personagens nasceram e morreram, cenas foram incluídas e excluídas, lampejos de inspiração divina, insights, rascunhos, rabiscos, sinopses se vieram e foram até chegar numa massa crítica consistente o suficiente para ser debatida pelo elenco.

Você já está curioso para saber do que se trata toda essa ladainha, não é? Mas infelizmente terá que esperar um pouco mais para conhecer os detalhes dessa trama. O meu objetivo, é pegar todo esse emaranhado de "idéias" e discuti-los com o elenco (que ainda está em processo de definição), num processo de criação coletiva do texto. Isso é algo novo para mim, e confesso que me é necessário aprender a aceitar a "destruição" das idéias e soluções que previamente destaquei como as melhores, e reconstruí-las através de diversas mãos e olhares...

Dia 25/04 é o ponta-pé inicial deste processo. Fiquem na Paz de Cristo!

Thiago Lim@

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Feliz 2009!

Eu sei, eu sei. Parece um pouco tarde para se desejar um "Feliz Ano Novo", ainda mais porque hoje já é dia 08 de Janeiro, mas nos últimos dias passei por uma reviravolta em minha vida profissional, sem contar que tive dificuldades de acesso à Internet também (de novo!). Por isso peço desculpas pela ausência e aproveito para dizer que "Mirácula" está a todo o vapor em seu processo criativo (pela Graça de Deus). Espero postar mais novidades até amanhã! Um grande abraço!

Thiago Lim@

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Vaidade

Talvez esteja fugindo um pouco do foco deste blog, mas hoje eu acordei com a necessidade de falar um pouco a respeito da vaidade. A vaidade é algo contra a qual eu luto já há bastante tempo, e que por diversas vezes tem levado a melhor sobre mim. No meu caso a vaidade se manifesta na necessidade das pessoas me admirarem, de terem sua atenção voltada para mim por conta de alguma coisa que eu faça ou de terem o mesmo encanto que eu tenho quando trato de algum assunto. E o mais impressionante, é que por muitas vezes ela se manifesta de forma inconsciente, e quando eu vejo, já foi.

Eu fui um adolescente extremamente tímido, incapaz de iniciar um diálogo com qualquer pessoa que fosse. Para quebrar essa barreira, eu ficava desenhando (não sou um exímio desenhista, mas dá para o gasto), na esperança de que as pessoas me notassem e me desse atenção. Coisa de doido? Sei lá! Mas deixando detalhes psicológicos de lado, a vaidade é algo contra qual eu e todos os artistas cristãos devem lutar. A vaidade desvia nosso olhar de Deus, e quando nos damos conta, estamos falando de nós mesmos ao invés de falar Dele. É óbvio que é muito bom receber um aplauso ou um elogio, mas o problema é quando deixamos nossos próprios interesses tomarem conta de nossa arte, fazendo com que nosso foco seja única e exclusivamente o APLAUSO.

Bem, este é meu caso. Na iminência de iniciar "Mirácula", estou eu aqui a me degladiar com minha vaidade. O teatro é algo com um poder que muitos não percebem. Através dele podemos contar histórias, encantar as pessoas, remetê-las ao passado ou ao presente, curar e também matar. Compartilhar amor, ou destilar o ódio de uma forma tão sutil mas ao mesmo tempo extremamente impactante. Eu tenho a pena afiada, e já feri muitas pessoas com minhas palavras (escritas). Mas pela Graça de Deus, também já pude ser o co-autor (porque Deus é o Grande Autor) de muitas boas histórias.

Por que estou confessando tais coisas? Para que você leitor veja que quem ousa escrever "Mirácula" não passa apenas de pó, um ser humano tão falho quanto qualquer outro e que depende única e exclusivamente de Deus para escrever essa história. História essa que não pode ser somente a minha, mas sim a de todos nós.

Thiago Lim@

P.S. - Um Feliz Natal à todos!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Uma breve introdução

Esta não é a primeira vez que montamos uma peça. Ao longo dos últimos dez anos, a Cia. Teatral Sal da Terra já apresentou 19 peças, sendo 15 delas à partir de textos originais e 4 à partir de textos adaptados; além de novas montagens de textos originais apresentados no início das atividades do grupo. Ao todo, foram 62 apresentações, de 1997 à 2008. É claro que nem todas ocorreram em teatros, mas sim, em púlpitos de igrejas e pátios de escolas...

Não pretendo aqui discorrer sobre o histórico do grupo, mas é interessante situar você leitor sobre o contexto no qual Mirácula estará inserida. A Cia. Teatral Sal da Terra é um grupo essencialmente formado por cristãos. Surgiu na Igreja Adventista da Promessa em 1997; "oficializou" suas atividades no ano 2000; e acabou ficando no "limbo", de 2004 à 2007 (dê uma olhadinha no blog do grupo se você quiser saber mais a respeito), retomando suas atividades de uma forma desvinculada da instituição igreja desde então, como parceiro do Projeto Alegr'Art.

Nosso objetivo é o de compartilhar com as pessoas aquilo que acreditamos ser a verdadeira essência do Evangelho: a Graça de Deus através de Jesus. Mas como falar de algo tão estranho e sem sentido para a maioria das pessoas, fora do contexto "evangeliquês" ou "igrejês", sem ser anacrônico ou alienado das necessidades, angústias, neuras e tudo aquilo que faz parte da nossa humanidade? A única resposta possível para esta pergunta é: compartilhando a Palavra de Deus que NUNCA muda, para um mundo em constante mudança...

Não pense que ao assistir a uma de nossas peças, você encontrará aquelas historinhas de Jesus pra ovelha dormir, que façam os "irmãozinhos" rejubilarem em estrondosos aleluias, com Jesus numa túnica esvoaçante a fazer algum milagre, ou quem sabe a velha fórmula "drogado + alcoólatra + prostituta + aceite jesus = conversão instantânea e livres de seus problemas". Pelo contrário, não suporto estereótipos. Não somos um renomado grupo de vanguarda, mas ao contar uma história, queremos que ela seja o mais relevante e contextual possível, que ela possa incomodar aqueles que a assistam a ponto de tirá-los de sua zona de conforto e fazê-los refletir sobre a sua relação com o Deus e com seu semelhante; tudo isso com arte, inteligência, sensibilidade e GRAÇA... "semente de mostarda e não, caroço de abacate".

Thiago Lim@